Como ajudar gatos que borrifam e marcam território

23/10/2014=^.^=

gato marcar territorio xixi fora do lugar pela casa

Quando encontram xixi de gato no batente da porta, na quina do sofá e no pé da geladeira, as pessoas costumam assumir que o gato está sendo rebelde, teimoso, mal-criado… e dão uma bronca no bichano – que não adianta nada.

Gatos não são “domesticados” como os cães, eles não passaram por um processo evolutivo de se adaptar aos nossos costumes e obedecer nossos comandos. Eles só ficaram por perto fazendo o que já faziam: caçando ratos. O que quer dizer que eles ainda têm muito sangue selvagem correndo nas veias e não gostam nem um pouco de ser contrariados com broncas.

Na verdade, a bronca pode piorar a situação, já que deixa o gato mais nervoso ainda. E no caso específico da marcação de território, isso é bem problemático. Mas para encontrar a solução certa, é preciso entender porque eles borrifam xixi fora da caixinha.

 

O problema

A urina é a marca do gato, única para cada um, e o borrifar é um gesto natural que serve para limitar a área do território deles –para que um não fique invadindo a do outro e “roubando” presas e recursos. É a mesma lógica pela qual as pessoas têm portas com fechadura – para ninguém invadir nossa casa e roubar nossas coisas. E sim, as fêmeas também podem marcar território.

Então quando o gato borrifa ele está mandando uma mensagem para os outros gatos e bichos da vizinhança: “esse lugar é meu”. E se o gato sente que precisa mandar essa mensagem, é porque ele está inseguro e sente que tem alguma coisa ameaçando o território dele (igual pessoas, não trancamos a porta se não achamos que tem perigo de a casa ser invadida).

 

A solução

Sendo assim, para ter batentes, sofás e pés de geladeira limpos você precisa aumentar a autoestima do seu gato. Para isso, ele precisa de lugares altos para escalar e dormir (prateleiras, arranhadores), brincadeiras interativas em que possa caçar e sentir confiança nas próprias habilidades e tocas e túneis para se esconder.

Quando for possível, remover o motivo da insegurança também ajuda muito. Se é um outro animal, tente afastá-lo de seu quintal usando cercas ou borrifadores de água com sensor. Se é uma pessoa nova, o gato tem que se acostumar com ela e associá-la a coisas boas – não deixe a pessoa ir até o gato, ele tem que vir até ela, e quando faz isso ganha um petisco ou uma brincadeira.

E não se esqueça de limpar os “alvos” de xixi com um desinfetante enzimático (vende em pet shop) ou vinagre, para remover completamente o cheiro. Caso contrário o gato assume que “se tem cheiro de xixi, é porque é banheiro”.

gato necessidades fora caixa de areia
“Invasores” no quintal podem desencadear a marcação de território. Se não tiver como limitar o acesso de outros animais, bloqueie a visão das janelas com cortinas ou tenha um distrativo por perto para redirecionar a atenção do seu gato.

 

Castração

Machos têm uma necessidade muito maior de defender o território deles se têm o interesse de conseguir uma namorada. É a lógica das boates: menos machos na área, menos concorrência. E muitas fêmeas marcam para atrair machos. Por isso a castração é fundamental para evitar a marcação (além de muitos, muitos, muuuuitos outros problemas), e deve ser feita de preferência antes da puberdade.

 

Ferormônios

Dependendo do grau de insegurança do gato, pode ser necessário usar ferormônios para ajudá-lo a se acalmar e perceber que não tem nada real ameaçando-o. O ferormônio mais conhecido e eficiente é o Feliway, da Ceva, que vem em forma de spray ou difusor elétrico para ambientes. Mas casos muito extremos de insegurança podem precisar de ajuda veterinário-psiquiátrica.

 

A caixa de areia

Ela não é culpada pela marcação de território, gatos borrifam porque querem mandar uma mensagem e não porque estão apertados. Mas ela é uma outra causa de necessidades fora do lugar (xixi em poça no chão, por exemplo). Nesse caso, pode ser que seu gato não goste da areia, da localização dela, do tamanho, da tampa… Leia mais sobre isso clicando aqui.

 

Fotos: Nicholas Erwin e Tristan Smith