Como saber se dois gatos estão brincando ou brigando

25/06/2020=^.^=

A brincadeira dos felinos é um treino para a caçada e muitas vezes é difícil descobrir se os gatos correndo e rolando pela casa estão só brincando ou se atacando de fato. Na verdade, muitos gatos vivem sob bullying constante de outros sem que o humano sequer perceba!

Por isso, é fundamental aprender a distinguir a briga da brincadeira para poder tomar as atitudes necessárias, proporcionando assim um ambiente agradável para todos. Felizmente, existem alguns sinais a observar durante a interação para entender o que está acontecendo e, com a prática, é fácil identificá-los.

 

Gatos que brincam são amigos

Este é o ponto mais importante de todos, porque é o primeiro requisito para a brincadeira: só amigos brincam. Se seus gatos dormem juntos, lambem um o outro, não disputam recursos, não dão patadas sem motivo e têm uma convivência pacífica no geral, provavelmente a correria pela casa é uma brincadeira.

 

Gatos que brincam sabem dar a vez

A brincadeira dos gatos é como um pega-pega, eles intercalam a vez: primeiro um corre, depois o outro; primeiro um fica embaixo, depois o outro. Se você observa que é sempre o mesmo gato que está sendo perseguido, tem algo errado aí!

 

Gatos que brincam não são agressivos

A brincadeira pode parecer bruta para nós, cheia de mordidas e tapas, mas é assim mesmo que eles se divertem (é um treino para a caçada, lembra?). O que não pode acontecer nunca é haver agressividade: orelhas para trás, pelos eriçados, costas arqueada, unhas para fora, chiados e rosnados.  

 

Gatos que brincam não se machucam

Se puderam passar os três primeiros meses com a mãe e foram adequadamente socializados, os gatos sabem os limites da brincadeira e não se machucam. Se você observar cortes, sangue e tufos de pelo voando, é briga!

 

É briga! E agora?

Separe-os! Uma briga pode ficar muito feia muito rápido! Mas não grite e não se agite, isso só vai agravar a carga emocional deles e piorar a situação. Normalmente é suficiente assustá-los com barulhos altos, palmas, pisões, panelas, ou água. Porém, se não resolver, use uma barreira física: um travesseiro, almofada, cadeira…. Só evite usar suas próprias mãos ou pernas, pois no momento de stress o gato não percebe para quem está direcionando as garras.

Depois, deixe-os em cômodos separados até que se acalmem, de preferência longe de outros gatos da casa, mesmo os que não tenham se envolvido na briga. Isso porque um gato muito contrariado pode redirecionar a agressividade para outros que não tenham nada a ver com nada! Sabe quando você dá um comprimido para um gato e ele sai correndo e bate no outro, que estava quieto no canto dele? Pois então, é a agressividade redirecionada.

Se os gatos que brigaram são recém-introduzidos, se agridem ou fazem bullying com muita frequência, é importante mantê-los separados por vários dias ou até semanas, fazendo a reaproximação gradual descrita neste link aqui. Não adianta, e nem é justo com a vítima, mantê-los juntos.

Em casas com mais de um gato, mesmo que eles se deem muito bem, também é importante certificar-se de que não precisem disputar recursos. Tenha várias caminhas, tocas, arranhadores, comedouros e bebedouros espalhados em cômodos diferentes da casa. E nunca use comedouros duplos: gatos comem a presa sempre sozinhos e odeiam dividir a “mesa de jantar”, mesmo que não demonstrem explicitamente.

O mesmo vale para caixas de areia, a regra de ouro é: uma para cada gato + 1. E não adianta colocar três uma do lado da outra, para os gatos isso ainda conta como um! Elas precisam estar em ambientes diferentes.

Certifique-se também de que todos os gatos tenham o que fazer: brinque todos os dias, em sessões individuais se necessário, e disponibilize puzzles para que exercitem a mente. Boa parte das brigas é causada por energia acumulada e a brincadeira diária com varinhas resolve o problema!

Por fim, se as brigas continuam constantes com todos os enriquecimentos adequados, você pode tentar ferormônios (Felliway), florais e, principalmente, buscar a ajuda de um comportamentalista. O importante é que no fim estejam todos convivendo felizes, sem medo de atravessar a sala ou tomar uma patada surpresa.

Foto: carterse