Vacinas, check-up anual e cuidados básicos com a saúde dos gatos
Quando o assunto é saúde, é sempre melhor prevenir do que remediar. Especialmente com os peludos, que às vezes não demonstram que estão doentes até ser tarde demais. Por isso é importantíssimo manter a carteirinha de vacinação em dia e fazer pelo menos um check-up por ano no veterinário de sua confiança (veja aqui algumas dicas para escolher um bom profissional).
Caso seu peludo fique muito nervoso ao sair de casa e o atendimento à domicílio não seja uma opção, clique aqui para ler algumas ideias sobre como diminuir o stress da visita à clínica.
Vacinas
Gatos adultos precisam tomar duas vacinas uma vez ao ano, o reforço da antirrábica e da polivalente. Elas podem ser aplicadas no mesmo dia e não costumam dar reação, mas é importante avisar o veterinário caso o gato apresente comportamento anormal nos dias seguintes à aplicação.
Os filhotes, ou gatos que nunca foram vacinados, tomam três doses da polivalente, uma por mês, e a antirrábica no último mês. Animais idosos saudáveis também precisam ser imunizados – não é só porque o peludo ficou velhinho que ele não corre riscos, pelo contrário, é neste momento que a atenção com a saúde precisa ser redobrada.
A antirrábica, como o nome diz, é para prevenir a raiva. Já a polivalente pode ser tríplice (V3), quádrupla (V4) ou quíntupla (V5), e elas protegem contra as seguintes doenças:
- Polivalente V3: calicivirose, rinotraqueíte e panleucopenia.
- Polivalente V4: calicivirose, rinotraqueíte, panleucopenia e clamidiose.
- Polivalente V5: calicivirose, rinotraqueíte, panleucopenia, clamidiose e leucemia felina (FeLV).
A quíntupla é a que protege contra uma gama maior de doenças, porém nem todos os veterinários têm essa opção disponível. Caso seu gatinho tenha acesso à rua ou contato com outros animais (gatos de lar temporário, por exemplo), vale a pena buscar um veterinário que trabalhe com a quíntupla, já que a FeLV é uma doença muito grave que não tem cura.
Check-up
O check-up normalmente é feito junto com a vacinação, uma vez ao ano caso o gato seja jovem e saudável. Ele nada mais é do que uma consulta em que o veterinário examina fisicamente o gato e vocês conversam sobre os hábitos e a saúde geral dele. Este também é o momento para falar sobre comportamento, ambiente e alimentação. Você pode – e deve! – tirar todas as suas dúvidas.
É importante realizar todos os exames preventivos que o veterinário recomendar, eles podem detectar algo logo no início e salvar a vida do seu peludo! E não é só porque o veterinário diz que está tudo bem que as coisas realmente estão bem, quem melhor conhece seu gato é você! Caso suspeite de algo, mesmo que o veterinário diga que não é preciso, insista em fazer exames de sangue, urina ou imagem.
Outros cuidados
Estes são alguns cuidados extras que todo humano que convive com um gatinho deve ter em mente, mas lembre-se que nada substitui as orientações de um bom veterinário, se suspeita que seu gato precise de algum destes cuidados, leve-o para uma consulta!
Castração: pela saúde do seu peludo e para evitar mais gatinhos sem lar, a castração é fundamental e deve ser feita o quanto antes — ela pode ser realizada a partir dos três meses de idade em machos e fêmeas e ajuda a prevenir o câncer de mama (leia mais aqui).
Vermífugos: alguns veterinários recomendam a vermifugação de 4 em 4 meses, especialmente para gatos que têm acesso à rua ou contato com outros animais. Porém, se o gatinho fica dentro de casa, está saudável e as fezes estão normais, não é necessário dar vermífugos todos os anos.
Pulgas e carrapatos: se o gato fica dentro de casa, sem contato com outros animais e o ambiente é adequado (arejado, higienizado), dificilmente terá pulgas ou carrapatos e só deve ser medicado em caso de infestação. Se ele tem acesso à rua, por outro lado, é importante prevenir com o uso de antipulgas em pipeta (aqueles que se aplica na nuca do animal) e aspirar a casa com frequência (a maioria das pulgas fica no ambiente em forma de ovo e larva, e não no peludo).
Exame de FIV/FeLV: as chamadas AIDS e leucemia felina são doenças graves que não têm cura, passam de um gato para outro e podem não apresentar sintomas por longos períodos. Por isso, é importante fazer o exame de FIV e FeLV pelo menos uma vez, de preferência assim que adotar o gato, antes que ele tenha contato com seus outros animais. Saiba mais sobre essas doenças sérias aqui.
Exame dos rins: a insuficiência renal crônica é uma condição assustadoramente comum que afeta os rins de gatos de todas as idades e não tem cura, embora possa ser controlada com alimentação adequada e tratamento, se for diagnosticada cedo. Principalmente se o gato vomita com frequência, emagreceu de repente e bebe muita água, é importante fazer exames de urina, sangue e ultrassom dos rins.
Saúde bucal: a saúde bucal é extremamente importante, pois dentes com tártaro (amarelados, escuros, com placas) podem levar bactérias aos órgãos internos e a gengivite (gengivas inflamadas e vermelhas) é uma condição que causa dor e pode fazer o gato parar de comer. Observe sempre a boca do seu gato, existem tratamentos eficientes com antibiótico e gel de higienização – a limpeza e raspagem de tártaros com anestesia só é necessária em casos mais graves.
Controle do peso: gatos não podem perder peso “de repente”! Se suspeita que seu gato esteja emagrecendo, corra para o veterinário, pois algo está errado. E o contrário também é preocupante já que a obesidade pode trazer muitas complicações de saúde. Por isso, sempre pese o gato durante o check-up e faça o controle por escrito junto com a carteira de vacinação. Se tiver uma balança em casa, você pode pesá-lo com maior frequência e manter um controle ainda melhor.
E depois de todos esses exames, consulta, vacinas e cuidados, independentemente do resultado, dê um abraço forte no seu peludo e diga que foi tudo porque você o ama! E claro que ele merece muitos sachês.
Fotos: John Donges, Jeffrey Beall, Jennifer C.