Como escolher um bom veterinário para o seu gato
Se você sente uma dor no peito, vai a um cardiologista. Mas não no da esquina, certo? Existem ótimos cardiologistas, médios e péssimos e você não quer arriscar deixar uma coisa tão importante quanto a sua saúde nas mãos do primeiro médico que encontra só porque é mais perto.
É pela mesma lógica que você não deve escolher o veterinário do seu gato pela proximidade de casa. Existem ótimos, médios e péssimos veterinários, e, em algum momento, a vida do seu peludo vai estar nas mãos desse profissional. E você provavelmente vai se arrepender de ter ido no da esquina ou no mais barato.
Mas e o que observar no veterinário? Como podemos saber se ele bom? É difícil ter certeza, mas existem alguns pontos que podem ajudar a avaliar:
1. Referências: Pergunte para familiares e amigos onde eles levam os animais deles e como é o veterinário. Hoje em dia, existe ainda a maravilha da internet para te ajudar. Poste pedidos de indicação no Facebook, pergunte para as pessoas em grupos de conhecidos, universidades, laboratórios e ONGs renomadas da sua cidade. Mas não confie só na primeira opinião que escutar, as pessoas, mesmo que bem intencionadas, podem se enganar. Sempre dê uma busca no nome do vet.
2. Formação: Um bom veterinário está constantemente estudando e se atualizando. Procure informações sobre ele no site da clínica ou hospital, pergunte para quem indicou ou até mesmo para o Google. Veja os cursos que ele fez, descubra se participa de congressos e confira as credenciais dele no CFMV (clique aqui para consultar no site do CFMV).
3. Experiência: Um recém-formado que só operou 10 gatos dificilmente supera um veterinário experiente que já operou mais de 500. Existem bons veterinários jovens, mas são a exceção e se a coisa aperta é bom buscar um especialista que tem mais experiência.
4. Especialidade: É óbvio que não adianta levar um gato em um veterinário de cavalo, mas poucas pessoas percebem que também não é legal levar em um veterinário que tem mais experiência com cachorros. Prefira as clínicas especializadas em gatos e com práticas cat-friendly. Além disso, existem veterinários dermatologistas, oncologistas, ortopedistas, psiquiatras, cirurgiões, cardiologistas, neurologistas, etc, etc. Não é legal deixar seu filho com câncer na mão de um clínico geral, certo?
5. Conhecimento: O veterinário precisa conhecer o animal com o qual está lidando, afinal é para esse ser um assunto do interesse dele, além do que existem muitas doenças específicas de cada espécie, porte ou raça. Veja se ele sabe acalmar o gato, manuseá-lo sem causar stress (nunca pelo cangote, veja aqui o porquê), se você conta um caso e conversa sobre um assunto e ele acrescenta algo novo ou conta da própria experiência com outros pacientes.
6. Personalidade: Bons veterinários gostam de animais. Óbvio? Pois é, mas infelizmente muitos sequer olham a cara do seu peludo. Observe como ele maneja o animal, se ele se preocupa em acalmá-lo e se ele se preocupa com o que ele está sentindo.
7. Exame minucioso: Mesmo que o gato só esteja indo tomar vacina, o veterinário precisa fazer um check-up (até porque animal doente não pode tomar vacina). Ele precisa te fazer uma série de perguntas sobre a rotina de vocês, a idade, o peso, se ele está comendo, se é ativo e precisa examiná-lo e apalpá-lo centímetro por centímetro. É nessa hora que pode se detectar uma doença precocemente, e por isso o veterinário deve passar um bom tempo fazendo o check up e conversando com você.
8. Estrutura: A clínica ou hospital tem estrutura para atender as necessidades do seu animal? No caso de uma emergência, existem os equipamentos de UTI? É claro que você não precisa vacinar o gatinho em um super hospital, mas é bom ter o contato de um na memória do celular – é para o hospital e não a clínica que você deve correr no caso de um acidente ou urgência.
9. Equipe: A clínica tem auxiliares de veterinária (enfermeiros) ou se precisar o veterinário vai ter que chamar a atendente do balcão? Isso faz toda a diferença nos procedimentos ou casos de internação e cirurgia (castração inclusive), em que o veterinário vai deixar seu animal sob supervisão da equipe.
10. Humildade: Se o veterinário não sabe com o que está lidando, ele precisa ter a humildade de encaminhar seu animal a um especialista mais qualificado. Se ele trocar várias vezes o tratamento (ou mesmo a ração) do pet e a coisa não está se resolvendo, pule para outro. Não importa se ele diz que “é assim mesmo”, na maior parte das vezes não é assim mesmo, e ele só está atirando para todos os lados – com a saúde do seu animal. O mesmo vale para um diagnóstico que não faz muito sentido: você é a melhor pessoa para saber como seu gato está se sentindo, se o veterinário duvida de você, procure uma segunda opinião. Na melhor das hipóteses, você só gastou dinheiro. Na pior, você salvou a vida do seu amigo.
Fotos: Plasmonyc, Art Siegel